ARTIGOS DO MÊS
Preoperative Treatment of Locally Advanced rectal O presente artigo, cuja publicação aconteceu em Julho deste ano na prestigiada revista NEJM, vem publicar os resultados do chamado “PROSPECT TRIAL “, que decorreu entre Junho de 2012 e Dezembro de 2018, com 5 anos de seguimento. Este ensaio clínico randomizado, multicêntrico, não cego e de não inferioridade veio demonstrar que a quimioterapia neoadjuvante exclusiva em casos de neoplasias do recto de baixo risco ou risco intermédio (T2N+, T3N0 e T3N+), do terço médio e superior, é igualmente eficaz à quimioradioterapia neoadjuvante “clássica” (com o esquema “longo” de RT) em cerca de 90% deste grupo de doentes. As taxas de sobrevida livre de doença são estatisticamente semelhantes. Ou seja, com iguais taxas de recidiva local, e sobrevida global aos 5 anos. Assim sendo fica comprovado, que neste grupo de doentes, a radioterapia não é necessária, evitando-se assim todo um grupo de efeitos deletérios da mesma em termos de função evacuatória, urinária e sexual a curto e longo prazo. Gostaria de realçar que a radioterapia foi introduzida no tratamento do cancro do recto localmente avançado, inicialmente em fase pós-operatória e mais tarde como neoadjuvante à cirurgia, por conseguir uma menor taxa de recidiva local. Assim o Prospect Trial veio demonstrar que neste grupo de cancros do recto de baixo ou risco intermédio, a quimioterapia exclusiva pré-operatoria ou neoadjuvante (TNT como agora se designa), será suficiente, não sendo necessária a radioterapia. Da leitura atenta do artigo, realço alguns pontos importantes, no entanto, a ter em atenção: - Apesar de falarem em N+, foram excluídos todos os tumores que no estadiamento inicial eram N2. - Não foram incluídos tumores do terço inferior do recto. - Não fora incluídos tumores T4. - Esta estratégia obriga a uma reavaliação com RM pélvica no final da QT, ma vez que em caso de redução do tumor £ 20%, os doentes faziam QRT antes de serem operados. - A taxa de respostas patológicas completas foi de 21,9% no grupo quimioterapia e 24,3% no grupo quimioradioterpia. (pensando na estratégia WW). Anexo também um editorial da mesma revista com o título “ Changing the Treatment Paradigma for Locally Advanced Rectal Cancer”, que faz uma boa avaliação histórica do tratamento do cancro do recto Manuel Limbert
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